Izaias Almada
Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.

A reestreia de um sonho, por Izaías Almada

Escrita e dirigida por Luiz Carlos Checchia, a peça antifascista é ambientada nos anos 1970, no auge do endurecimento da ditadura militar.

A reestreia de um sonho

por Izaías Almada

          Transcrevo abaixo parte de material promocional que me foi enviado pela Cia. Teatro dos Ventos:

Diante do crescimento do pensamento fascista ao redor do mundo, a Cia Teatro dos Ventos estava interessada em refletir sobre a popularidade da extrema-direita no Brasil.

Assim, nasceu o espetáculo “O Sonho Americano”, que faz uma nova temporada no Teatro de Arena entre os dias 07 de junho e 29 de junho com sessões aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 19h.

Escrita e dirigida por Luiz Carlos Checchia, a peça antifascista é ambientada no início dos anos 1970, no auge do endurecimento da ditadura militar. Na história, Beatriz, uma jovem de classe média baixa, sonha em ir para os Estados Unidos para escapar de uma vida sem perspectivas.

Ela disputa uma vaga em Harvard, mas seus planos podem sofrer um revés com a visita de seu primo Bento, um recém ingresso na luta armada.

Para construir esse texto, o dramaturgo se inspirou na maneira como os estadunidenses constroem as suas narrativas, principalmente quando apostam em um registro mais realista:

“Não me restringi ao teatro. Li e reli produções de Eugene O’Neill (1888-1953), Arthur Miller (1915-2005), Tennessee Williams (1911-1983), Tony Kushner (1956-), John Steinbeck (1902-1968), Flannery O’Connor (1925-1964) e Ernest Hemingway (1899-1961)”.

“Também assisti a muitos filmes dos anos 40, 50 e 60, Alguns me marcaram muito, como ‘Farrapo Humano’ (Billy Wilder, (1945) e ‘Entre Deus e o Pecado’ (Richard Brooks, 1960)”, comenta…

“Ao mesmo tempo, a obra flerta com o realismo mágico do escritor argentino Júlio Cortázar (1914-1984). Durante a montagem, acontecem algumas situações absurdas, como se fossem devaneios. A intenção do dramaturgo é usar elementos fantásticos para acentuar as contradições do mundo”.

Sobre a encenação:

“Podemos dizer que ‘O Sonho Americano’ é dividido em dois momentos. Primeiro, há um clima bastante afetivo entre os integrantes da família (primos e tia). Mas, depois, quando Beatriz descobre que conseguiu a bolsa para sua pós-graduação, tudo se torna sombrio e denso, já que ela fica preocupada que a presença de um subversivo na sua casa possa atrapalhar seus planos”, comenta Checchia.

“Construímos esse trabalho de maneira que não existem mocinhos e vilões. Os personagens são complexos e cheios de falhas”, completa.

Trecho de O Sonho Americano:

“É assim mesmo, Bentinho. Não tem problema em chorar. Todos temos razão para chorar. E nem estou falando só da ditadura. Você só escolheu motivos mais perigosos para chorar… Resolveu brincar de mocinho e bandido com balas de verdade. Deixa eu olhar para você, meu sobrinho.”

Sobre a Cia Teatro dos Ventos:

Formada no ano 2000, se constitui como grupo autônomo de pesquisa teatral cujas principais características são a busca pela teatralidade, o compromisso crítico, o olhar sobre as questões históricas por um recorte materialista histórico e, sobretudo, as ininterruptas pesquisas acerca das técnicas e estéticas teatrais.

Sinopse:

O Sonho Americano se a no Brasil dos anos 1970, em plena ditadura militar. Beatriz, jovem de classe média baixa, sonha com uma vaga em Harvard para escapar de sua rotina sem perspectivas. Tudo muda quando seu primo Bento, militante da luta armada, pede abrigo após falhar em uma ação contra o regime.

Enquanto memórias e debates sobre o futuro emergem, Beatriz descobre que foi aceita em Harvard. Temendo que Bento comprometa seu sonho, ela enfrenta um dilema entre lealdade e ambição.

Ficha Técnica:

Elenco: Arthur Soares, Camila Costa Melo, Cristina Bordin, Flávio os, Gabriel Santana, Ruben Pignatari.
Texto e direção: Luiz Carlos Checchia
Realização: Cia Teatro dos Ventos
Luz e som: Iohann Iori
Produção: Lavinia Fernandes
Assistentes de Produção: Aline Castilho, André Pignatari e Lígia Gurgel
Apoio: Padaria Pão do Paulo e Espaço de Danças e Artes do Palco Milena L. Marra

Serviço

O Sonho Americano
De 07 de junho a 29 de junho com sessões aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 19h.

Local:

Teatro de Arena – Rua Dr. Teodoro Baima, 94 – Vila Buarque, São Paulo – SP,
Capacidade: 90 lugares
Duração: 100 minutos
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$30 (meia-entrada)
Link de compra de ingressos: www.linklist.bio/CiaTeatrodosVentos ou pelo Sympla
Classificação etária: 14 anos

Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.

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