Ambientalistas criticam lista da UE sobre risco de desmatamento de países

Critérios serão utilizados em legislação que poderá afetar a exportação brasileira de commodities para os mercados europeus.

Marizilda Cruppe / Greenpeace

do ClimaInfo

Ambientalistas criticam lista da UE sobre risco de desmatamento de países

A União Europeia (UE) preparou uma lista que classifica o risco de desmatamento de diversos países, gerando críticas de ambientalistas nesta 3a feira (13/5). O Brasil foi enquadrado na categoria de “risco padrão”, enquanto os Estados Unidos aparecem como “baixo risco” e a Rússia, como “alto risco” . A lista integra o novo regulamento que entrará em vigor em 30 de dezembro de 2025, proibindo a venda na Europa de produtos originários de áreas desmatadas após 2020.

O texto estabelece que as exigências de rastreabilidade e controles para empresas importadoras variarão conforme o nível de risco atribuído a cada país. A listagem foi aprovada pelos 27 Estados-membros da UE na última 2ª feira (12/5).

Na parte inferior da lista de risco, além dos EUA, estão os próprios países da UE e a China. Junto com o Brasil, a Indonésia é outro grande produtor de commodities classificado como sob risco padrão. Já na parte superior, além da Rússia, figuram países como Belarus, Coreia do Norte e Mianmar, todos por motivos políticos.

Como apontado pela Folha, a ONG Global Witness criticou a decisão de não incluir o Brasil como de alto risco, argumentando que “a crise do desmatamento afeta florestas essenciais para o clima na Amazônia”. A eurodeputada ecologista sa Marie Toussaint também questionou a classificação, afirmando-se “surpresa” com os casos de EUA, Indonésia e Brasil. “Aguardaremos para ver os critérios e se são objetivos”, declarou. A lista deve ser divulgada oficialmente nas próximas semanas.

A implementação da legislação já havia sido adiada em um ano, de dezembro de 2024 para dezembro de 2025, devido a pressões de Brasil, EUA e até da Alemanha. O regulamento exigirá que empresas importadoras de commodities como cacau, café, soja, óleo de palma e madeira comprovem a origem dos produtos por meio de dados de geolocalização e imagens de satélite.

A medida tem enfrentado resistência de setores do agronegócio e de países africanos, asiáticos e sul-americanos, preocupados com os custos adicionais que recairão sobre agricultores, pecuaristas e produtores florestais. Ainda assim, a UE insiste na nova legislação, que promete reconfigurar as relações comerciais com nações dependentes de commodities associadas ao desmatamento.

Euractiv e New Straits Times, entre outros, trataram da classificação de países para as transações comerciais com a UE.

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