Especialistas analisam conflito em Gaza como “reality de genocídio”

Pesquisadores afirmam que a ofensiva israelense é parte de uma política deliberada de limpeza étnica, com apoio financeiro internacional

Legenda: Protestos na Faixa de Gaza no dia 14 de maio de 2018. Foto: OCHA

Na última terça-feira (6), a TVGGN exibiu mais uma edição do programa Observatório de Geopolítica, desta vez com foco no Oriente Médio. O debate contou com a participação de pesquisadores que classificaram a ofensiva israelense contra Gaza como um genocídio, motivado por interesses econômicos e estratégicos. Eles apontaram ainda para a existência de uma política deliberada de limpeza étnica.

Os participantes foram unânimes em afirmar que os acontecimentos em Gaza desde 7 de outubro de 2023 — embora com raízes históricas anteriores — configuram, sob diversos aspectos do direito internacional, um genocídio.

“Não somos apenas nós que chegamos a essa conclusão. Diversas organizações internacionais já deixaram claro que o que ocorre na Palestina é, no mínimo, um crime contra a humanidade. Há elementos evidentes de que se trata de um deslocamento forçado da população”, afirmou o pesquisador Robson Kardochi.

Com mais de dez semanas sem a entrada de mantimentos em Gaza, os efeitos de uma “punição coletiva” tornaram-se visíveis. A situação é agravada por uma política de desassistência programada, cujo objetivo seria dificultar o o da população a itens básicos de sobrevivência, como alimentos, medicamentos e, de forma crítica, água potável, além de roupas e outros recursos essenciais à vida.

“É uma estratégia de enfraquecimento de toda uma população, e, antes de mais nada, uma estratégia de limpeza étnica”, afirmou o professor Sami El Jundi. “Dificultar o o da população a itens básicos é parte central dessa política.”

Para os especialistas, o que se vê em Gaza é o “primeiro genocídio televisionado” da história, transmitido em tempo real para o mundo. “As pessoas assistem como se fosse um reality show, de maneira absolutamente bizarra”, destacou Sami.

Segundo os pesquisadores, o processo genocida conta não apenas com o envolvimento direto do governo de Israel e de uma parcela significativa da sociedade israelense, mas também com apoio financeiro expressivo. Estima-se que, em menos de dois anos de conflito, cerca de 20 bilhões de dólares tenham sido investidos.

Além disso, Kardochi destacou o papel de outras potências na legitimação da ofensiva. Ele afirmou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem se aproveitado de forma pragmática desse apoio internacional.

“O apoio já era evidente durante o governo Biden, que buscava justificar o injustificável. Agora, com o retorno de Donald Trump, que é declaradamente favorável à ofensiva, a retórica genocida ganha ainda mais força. As declarações de Trump sobre a expulsão dos moradores de Gaza apenas reforçam esse discurso de limpeza étnica”, concluiu Kardochi.

Veja a debate completo na íntegra em:

LEIA MAIS:

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. É isso e mais.

    É um teste, um test drive da destruição total, um novo conceito, que dizer, não é novo, pois a destruição criativa é parte imanente do capitalismo, mas agora, pela primeira vez, esse sadismo é chamado pelo nome, com direito a apresentação IA das possibilidades imobiliárias.

    Antes se falava em guerra só terror, luta pela democracia.

    Essa etapa já era.

    Agora é assassinato geopolítico na veia.

  2. The Fletcher Memorial Home
    (Canção do Pijk Floyd)

    Take all your overgrown infants away somewhere
    And build them a home, a little place of their own.
    The Fletcher Memorial
    Home for Incurable Tyrants and Kings.
    And they can appear to themselves every day
    On closed circuit T.V.
    To make sure they’re still real.
    It’s the only connection they feel.
    “Ladies and gentlemen, please welcome, Reagan and Haig,
    Mr. Begin and friend, Mrs. Thatcher, and Paisly,
    “Hello Maggie!”
    Mr. Brezhnev and party.
    “Who’s the bald chap?”
    The ghost of McCarthy,
    The memories of Nixon.
    “Good-bye!”
    And now, adding color, a group of anonymous latin-
    American Meat packing glitterati.
    Did they expect us to treat them with any respect?
    They can polish their medals and sharpen their
    Smiles, and amuse themselves playing games for awhile.
    Boom boom, bang bang, lie down you’re dead.
    Safe in the permanent gaze of a cold glass eye
    With their favorite toys
    They’ll be good girls and boys
    In the Fletcher Memorial Home for colonial
    Wasters of life and limb.
    Is everyone in?
    Are you having a nice time?
    Now the final solution can be applied.

  3. Trump arrega e dá marcha ré nas tarifas contra a China. Amarelou também nas tarifas. Enquanto isso, a China fica cada vez mais vermelha. Na briga das duas cobras, uma está sendo engolida pela outra.

    Após ser inundado por um balde d’água, o tarifaço vai ficar em frangalhos.

  4. o Lixo da polícia civil
    Ironizar
    RIO TOURIST
    POLICE
    O Lixo do governo do estado do rio de janeiro é muito invejoso
    o policial nesta delegacia é agressivo
    o policial nesta delegacia grita
    a polícia civil é acomodada
    Ironizar
    estabilidade
    Ironizar
    pagar o tributo
    uma ruiva puta muito agressiva ergueu o braço esquerdo
    Estourar
    Copacabana é um lugar muito invejado pelo estado
    a polícia civil foi dominada por uma “juíza” puta
    a “juíza” puta manda prender o comerciante
    a “porra” da polícia civil joga querosene
    Estourar
    a “porra” da polícia civil foi dominada por um careca
    A nova polícia deverá ter uma graduação
    O turista é muito bem-vindo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador