Agente da PF envolvido na fraude do INSS é flagrado com US$ 200 mil em aeroporto

Philipe Roters está sendo apontado como mediador entre empresários e procuradores envolvidos no esquema de desvios do INSS

Foto: Reprodução

Um dos alvos centrais da investigação da chamada “farra do INSS“, o agente da Polícia Federal (PF) Philipe Roters Coutinho foi flagrado no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, portando US$ 200 mil em espécie, durante o cumprimento de mandatos na operação contra o esquema.

Há suspeita é que Coutinho estaria envolvido com agentes públicos beneficiados pelo esquema. Segundo a PF, ele deu o ilegal a áreas restritas do aeroporto ao então procurador do INSS, Virgilio Antônio Ribeiro de Oliveira, e ao empresário Danilo Bernt Trento — indiciado na I da Pandemia por envolvimento com uma organização criminosa ligada a fraudes em licitações.

“Os investigados embarcam em viatura ostensiva da Polícia Federal para uso exclusivo em serviço por policiais federais”, aponta o relatório.

A conduta de Coutinho inclui ainda “viagens com perfil de compra atípico”, como bilhetes adquiridos de última hora e voos de bate-volta, especialmente para Brasília. Diante das provas e acusações, o agente da PF foi afastado do cargo e teve o celular e o computador apreendidos.

Relembre o caso

No dia 23 de abril, a Operação Sem Desconto, deflagrada pela PF com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), revelou um esquema bilionário de fraudes e desvio de recursos no INSS. As práticas ilegais envolvendo o desconto automático de mensalidades associativas dos benefícios previdenciários, destinado a aposentados e pensionistas, somam R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

Com o avanço das apurações, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi exonerado do cargo. Além disso, outros cinco servidores foram afastados e seis pessoas presas. Entre elas: Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS, apontado como lobista responsável por articular os rees.

Governo reage

Em pronunciamento feito na última quarta-feira (30), o presidente Lula (PT) se manifestou pela primeira vez sobre o caso. “Determinei à Advocacia-Geral da União que as associações que praticaram cobranças ilegais sejam processadas e obrigadas a ressarcir as pessoas que foram lesadas”, afirmou o presidente.

Para tentar restaurar a credibilidade do órgão, o governo federal nomeou o procurador federal Gilberto Waller Júnior como novo presidente do INSS, ele que anteriormente atuou como corregedor da Procuradoria-Geral Federal, vinculada à Advocacia-Geral da União (AGU).

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